Carentes de
recursos do governo federal para prometer obras de infraestrutura ao
eleitorado, prefeitos terão de contar com a credibilidade para conquistar votos
nas urnas.
Em meio à
crise política e econômica, às novas fases da Operação Lava-Jato, a análises de
cassação de deputados e senadores e a um processo de impeachment aberto contra
a presidente da República, Dilma Rousseff, o ano de 2016 tem mais um desafio pela
frente: a primeira eleição municipal sem financiamento privado de campanha.
Carentes de recursos do governo federal para prometer obras de infraestrutura
ao eleitorado, prefeitos terão de contar com a credibilidade para conquistar
votos nas urnas.
Com o país
em recessão, a inflação altíssima (cerca de 10,8%, segundo estimativas do Banco
Central), taxa de juros elevada, seguida de aumentos da conta de luz, ondas de
demissões — o número de desempregados deve bater 10 milhões nos próximos meses
— e a maior alta do dólar — atingiu R$ 4 — desde a criação do Plano Real, as
cinco mil prefeituras do país terão reduzido o potencial de promessas de obras
de melhorias aos municípios. “Há 64 mil empenhos do governo federal que estão
em dívida com os municípios. Isso faz um total de R$ 36 bilhões empenhados. E
não estou falando de coisa prometida, como as viagens que Dilma faz com
governadores sobrevoando enchentes”, criticou o presidente da Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski.
Balanço da
CNM mostrou uma queda de pelo menos 15% nos repasses financeiros às cidades.
“Fechamos o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e vimos que o governo
mandou 15% menos do que foi previsto e orçado. Eram esperados R$ 91,3 bilhões
para o Brasil inteiro, mas o valor fechou em R$ 84,2 bilhões, algo em torno de
R$ 7 bilhões a menos. Isso falando só de repasse do fundo, que é uma
transferência constitucional, republicana”, atacou o presidente.
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