O
paraguaio Juan Ángel Napout e o hondurenho Alfredo Hawit foram detidos após
operação da polícia efetuada nesta quinta-feira em hotel na cidade suíça
Em uma ação
policial efetuada no Baur au Lac, mesmo hotel em Zurique onde executivos da
Fifa foram presos no dia 27 de maio sob acusação de corrupção (entre eles o
ex-presidente da CBF José Maria Marin), os presidentes da Conmebol, Juan Ángel
Napout, e da Concacaf, Alfredo Hawit, foram detidos na manhã desta
quinta-feira, por volta de 6h no horário local. A operação realizada foi em
cumprimento a uma solicitação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos,
que trabalha em cooperação com a Justiça Federal da Suíça (FOJ, na sigla em
inglês).
Hawit, de 64
anos, assumiu interinamente a Confederação das Américas do Norte e Caribe após
Jeffrey Webb, então presidente, ter sido preso na operação de maio. Entre os
presos em 27 de maio, Webb foi o primeiro a concordar com a extradição para os
Estados Unidos, onde já responde a processo em liberdade, mas vigiado 24 horas
pelo FBI (a Polícia Federal americana). Já Napout, 57 anos, substituiu na
Confederação Sul-Americana o uruguaio Eugenio Figueiredo, também detido no meio
do ano. Segundo informações ainda não oficiais, novas prisões poderão ocorrer a
qualquer momento.
Comunicado
sobre a operação pela reportagem do GloboEsporte.com, o vice-presidente da CBF,
Fernando Sarney, informou que sua agenda foi mantida, e já está na sede da Fifa
para o segundo dia de reunião do Comitê Executivo da entidade. O dirigente
brasileiro tem retorno ao Brasil previsto já para a noite desta quinta. Filho
do ex-presidente da República José Sarney,
Fernando foi indicado pela Conmebol para substituir Marco Polo Del Nero
no Comitê Executivo. Desde as prisões dos dirigentes em maio, Del Nero faltou a
todas as reuniões do grupo em Zurique. No dia seguinte às prisões, ele deixou a
cidade suíça às pressas, na véspera da eleição presidencial.
Ciente do
ocorrido, a entidade que rege o futebol mundial se pronunciou logo após as
prisões efetuadas nesta manhã:
- A Fifa
tomou conhecimento das ações tomadas hoje (quinta) pelo Departamento de Justiça
dos EUA. A Fifa continuará a cooperar plenamente com a investigação dos EUA,
tal como permitido pela Justiça Suíça, bem como com a investigação que está
sendo conduzida pela Procuradoria-Geral da Suíça.
O
departamento de mídia da Fifa confirmou que a coletiva prevista para a tarde
desta quinta-feira está mantida, e deverá começar às 11h30 no horário de
Brasília. O Comitê Executivo deve votar nesta quinta os pontos da reforma
estrutural da entidade.
Aberto aos
meios de comunicação durante a semana, o Baur au Lac foi imediatamente fechado
após a ação em conjunto das polícias suíça e americana, vetando a entrada dos
jornalistas que apuram informações do lado de fora do hotel. Com pedido de segurança
reforçada para o local, a administração proibiu a presença dos profissionais de
imprensa na calçada do estabelecimento.
Nos últimos
dias, Napout e os demais membros do Comitê Executivo se mostravam bastante
tranquilos, brincando, sorrindo e conversando com jornalistas no lobby do hotel
sem qualquer restrição. A reportagem do GloboEsporte.com conversou com o
dirigente da Conmebol na noite de quarta-feira, antes da saída dos membros do
comitê para um jantar oficial. Napout não dava qualquer sinal de preocupação
com a possibilidade de uma nova operação policial.
No dia 26 de
novembro, após reunião do Comitê Executivo da Conmebol realizada na sede da
CBF, Napout afirmou, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, que não
renunciaria ao seu cargo, informação que chegou a circular em veículos
sul-americanos. Questionado sobre a prisão dos seus dois antecessores no cargo,
Nicolas Leoz, que está em prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai, e Eugenio
Figueiredo, que está preso em Zurique e recorre contra a extradição já
autorizada pela FOJ, Napout respondeu:
- Os
problemas são individuais. O futebol eu posso te assegurar que vai continuar. O
futebol é algo bom, é uma necessidade, é o melhor espetáculo do mundo, de
longe. Sei que hoje em dia [a Conmebol] não tem prestígio. Na verdade o que
faço é trabalhar e mostrar. Prefiro trabalhar do que falar. Vocês vão julgar
meu trabalho.
FONTE: G1
FONTE: G1
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